Não é preciso consultar muitos estudos para saber que, com a imediatez que a internet nos proporciona, nosso tempo de atenção diminuiu consideravelmente. Talvez isso explique o porquê de tantos filmes contemporâneos investirem em cenas impactantes logo nas primeiras tomadas: um jogo de tudo ou nada, aposta alta no interesse do espectador. Ainda que se passe no Império Austro-Húngaro no começo do século XX, "Entardecer" é um longa quase frenético, em que a narrativa se desenrola com vigor e velocidade. Partindo do in media res , somos guiados por uma protagonista da qual quase nada sabemos. Uma das propostas do filme é, portanto, envolver o espectador em descobrir os enigmas que marcam a história da personagem. O discurso acelerado não proporciona a criação de vínculos muito fortes com os personagens que aparecem em cena - e que não são poucos. Ainda que seja uma obra interessante de acompanhar, a construção em modo fast forward não convence inteiramente.