Há ao menos 4 categorias em que essa obra se encaixa, segundo sua ficha catalográfica, e nem mesmo o conjunto de todas elas é capaz de definir o gênero de "Argonautas". Talvez intencionalmente, a impossibilidade de classificar o livro reflete um de seus temas principais: a categorização impossível dos gêneros sexuais. Maggie Nelson retrata aspectos de sua própria vida utilizando-se de fontes filosóficas diversas (o que fez surgir uma nova tentativa de designação para este tipo de livro, a "autoteoria"). Um dos principais temas que a guiam é a sua relação com uma mulher biológica, que passa por tratamento hormonal e cirúrgico para redefinir sua aparência. Durante boa parte da leitura, não consegui visualizar a/o parceira/o de Maggie; só ao final do livro vamos tendo acesso às peculiaridades de seu gênero sexual. Nossa falta de possibilidades para definir é compartilhada pela autora, que varia o tratamento dado à sua companhia amorosa ao longo da obra: ora no mascul...